Cego, famoso e pobre morreu mestre Pastinha em 1981. No fim da vida, a miséria espreitou outros grandes da capoeira como Bimba, Bobó, Caiçara e Waldemar. Garantir um plano especial de aposentadoria pela Previdência Social para a velha guarda, responsável por perpetuar o legado e disseminá-lo pelo mundo, é uma das primeiras ações práticas previstas com o registro da capoeira como patrimônio cultural brasileiro.
Até agora, só Pernambuco aprovou uma pensão vitalícia para os velhos mestres. A Bahia, a “meca da capoeira” e que sempre angariou recursos e colheu benefícios ainda está timidamente se mobilizando para o reconhecimento.
“É preciso entender que o reconhecimento da capoeira como Patrimônio Cultural do Brasil não significa seu tombamento, que é uma política de preservação do Iphan destinada a bens materiais como museus, igrejas, casarões antigos, etc. A capoeira, como cultura, é um bem imaterial que, ao ser reconhecido como patrimônio nacional, será contemplado com um plano de salvaguarda que aponta para políticas públicas necessárias para manutenção da arte. Como sabemos, a capoeira está no mundo e não corre riscos de extinção, mas muitos mestres, principalmente os mais antigos, têm dificuldades de ensinar e transmitir seu saber. Por isso duas das principais recomendações de salvaguarda que propusemos foram o pedido de aposentadoria especial para o mestre de capoeira e o reconhecimento do seu notório saber, para que possa ensinar em escolas, academias e universidades sem precisar de diploma de educação física.” Declaração de Maurício Barros de Castro Assistente de Coordenação do Inventário para Registro e Salvaguarda da Capoeira como Patrimônio Cultural do Brasil na Revista da História do Patrimônio Nacional.
Fontes: Jornal A Tarde, BA e Ministério da Cultura, MinC