A palavra cemitério vem do latim coemiterium e significa “lugar onde se dorme” e pode ser entendido como um sítio arqueológico, sendo os jazigos considerados como artefatos e, nessa condição, reunindo uma série de atributos. No Brasil, por exemplo, pode servir para a verificação de mudanças ocorridas nas formas de representação da morte na passagem entre o período imperial escravista e a república progressivamente capitalista, segundo o Museu de Arte Sacra.
Por isso, vale a pena ir ao site e consultar um glossário peculiar sobre o assunto, e descobrir que, apesar de parecer óbvio, túmulo (do latim tumulus) é um monumento elevado em memória de alguém, no lugar onde ele está sepultado, e que pode ser evidenciado com construção de pedra, em forma de cone ou simples monte de terra sobre as sepulturas. Já a lápide, (do latin pierre sepulcrale) é a laje ou a pedra que cobre o túmulo. Serve para separar o mundo de cima do de baixo.
Em suma, todo mundo pode ter um túmulo, mas nem toda pessoa que morre garante uma lápide. O “aqui jaz” ainda é luxo em alguns cemitérios. O que está em frente da histórica Igreja da Guia, em Lucena, PB, tem mostras disso. Veja as fotos tiradas no dia 25 de outubro de 2009. Triste também é não encontrar no site da Prefeitura qualquer referência histórica ao cemitério — que poderia ser considerado Patrimônio Histórico já que o local serviu de observatório para evitar a invasão de holandeses… Imagine conhecer as histórias dos heróicos personagens que estão “dormindo” por ali.
A igreja de Nossa Senhora da Guia, construída no século XVI por Padres Carmelitas é uma das mais antigas do país. Está num dos pontos mais altos da cidade litorânea de Lucena, a cerca de 30 Km de João Pessoa. O estilo é o barroco tropical com fachada esculpida em pedra calcária, fazendo referências a algumas frutas locais.
Fotos: Sandra Vasconcelos