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Em João Pessoa-PB maratona comemora o Dia Internacional da Prostituta

Cartaz em comemoração ao Dia Internacional da Prostituta

Com slogan “Somos o que Somos” e chamada “Mulheres são iguais em qualquer profissão” o Dia Internacional da Prostituta é comemorado em João Pessoa, PB, com uma maratona denominada Corrida de Calcinha. A corrida reúne esportistas e tem 1500 metros de percurso.

O aspecto lúdico dá o tom do evento: os participantes correm “vestindo a própria cabeça” com uma calcinha e os prêmios são: um bode, três galinhas e duas cordas de caranguejos para o primeiro, segundo e terceiro colocados.

A largada acontece na Rua da Areia, no Centro Histórico. Shows musicais, teatro, dança, oficinas de arte educação e esporte, arrastão de grupos folclóricos das comunidades e mostra de Artes Visuais completam a programação.

A realização do evento é da Agência Ensaio e da Associação das Profissionais do Sexo da Paraíba. Segundo os realizadores, a data faz referência ao dia 2/6/1975 — ocupação da igreja de Saint-Nizier, em Lyon, na França quando 150 prostitutas protestaram e denunciaram a repressão e morte de colegas em função da discriminação.

O movimento conseguiu apoio da igreja e da população e o movimento foi ampliado para outras cidades como Marselha, Montpellier, Grenoble e Paris. O Dia Internacional da Prostitut é uma chamada defesa ao respeito ao trabalho destas mulheres e uma denúncia contra o preconceito, a discriminação e às arbitrariedades sofridas por estas profissionais do sexo.

Cartazes das edições anteriores dos eventos em comemoração ao Dia Internacional da Prostituta

Mulheres ocupam 90% do XI Salão de Artesanato da Paraíba

Mais de 90% de artesãos com participação confirmada no XI Salão de Artesanato, a ser realizado 17 de dezembro deste ano a 17 janeiro de 2010, são mulheres, o que demonstra a força empreendedora da mulher paraibana.

Os dados são do Programa da Mulher liderado por Douraci Vieira, da  sub gerência de Fortalecimento Político do Programa Estadual de Políticas para Mulheres. Segundo Marielza Targino, gestora do Artesanato Paraibano “a interação entre o artesanato e o Programa das Mulheres será de grande importância para o fortalecimento das artesãs na sociedade”.

Com o tema ‘Mãos de Fibra’, a 11ª edição do Salão de Artesanato da Paraíba será realizada no Espaço Cultural José Lins do Rego e contará com cerca de 400 expositores e expositoras, representando cerca de 4 mil artesãos e artesãs de todo o Estado, entre grupos, cooperativas e associações. Este ano, uma mulher será homenageada: a artesã Maria José do Nascimento (Mestra Zefinha), da Associação Traçado de Pitimbu (PB).

Fonte: Secom (editado)

Grafiteiros exigem reconhecimento e proteção legal

Em evento, grafiteiros chamam a atenção para o projeto de lei que regulamenta o grafite, em tramitação no Congresso Nacional Foto: Renato Araújo/ABr

Grafiteiros do Distrito Federal e de outras regiões do país estão reunidos em Ceilândia (DF) para participar do projeto 100 Muros Mil Cores, um evento que faz parte do 1º Encontro Brasileiro de Grafiteiros. 

Os grafiteiros querem, além de diferenciar a sua arte das simples pichações, o reconhecimento e o apoio ao Projeto de Lei 138/2008, que faz a distinção entre as duas formas de manifestação gráfica. Ele regulamenta, entre outras coisas, o grafite como uma manifestação artística que promove a inclusão social e prevê pena de prisão para o pichador. Com a regulamentação, o grafite pode ser exposto em qualquer lugar desde que autorizado pelo proprietário do imóvel que vai receber o grafite.

 “Grafite é uma arte e seu autor um artista, que passará a ter chance de ter até uma remuneração. A pichação é uma agressão ao patrimônio, uma agressão ambiental e como tal punível com crime que pode levar até um ano de prisão”, disse o deputado Geraldo Magela, autor do projeto.

Fonte: Agência Brasil

VIII Parada Gay em João Pessoa contra a homofobia

Ontem, 15 de novembro, aconteceu em João Pessoa a VIII Parada pela Cidadania de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT). O evento atraiu mais de seis mil pessoas na Avenida Cabo Branco. Apesar do tom festivo, a parada teve o objetivo prático de promover o fim da discriminação e exigir que sejam criadas ações de apoio ao segmento gay, como segurança, saúde e educação.

Caldeirão: 73 anos do massacre de agricultores no semi-árido

comunidade-caldeirãoA comunidade do Caldeirão era liderada pelo beato paraibano José Lourenço e apoiada por Padre Cícero. Tratava-se de uma área de 500 hectares em que se construía uma comunidade auto-sustentável. Naquele chão, no interior do Ceará, tudo era feito em sistema de mutirão e cooperação. As obrigações eram divididas e os benefícios distribuídos conforme as necessidades de cada um.

Após os primeiros anos de adaptação, as atividades foram diversificadas e a comunidade caminhou para a auto-suficiência, produzindo quase tudo de que precisava: desde roupas e sabão até panelas, copos e baldes. Para tanto, os artesãos, carpinteiros e ferreiros utilizavam matéria-prima local. Os tecidos, por exemplo, eram feitos com algodão cultivado na própria fazenda. O que não conseguiam obter ali era comprado nas cidades próximas.

A Desapropriação da comunidade do Caldeirão no semi-árido cearense gerou um saldo de 700 mortos (400, segundo dados oficiais).  Naquele dia, a polícia militar do Ceará e os aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) metralharam crianças, homens e mulheres — religiosos e pacíficos — que, por dez anos, tinham buscado apenas uma forma de sobreviver às mazelas da vida sertaneja: seca, fome e coronelismo. Nenhum soldado morreu.

No Museu Histórico do Ceará há poucos vestigios do Caldeirão: a bandeira da Comunidade (em um armário com vidro tem manchas de sangue), três reproduções fotográficas publicadas em jornal da época e uma espingarda aparentemente não muito manuseada ao lado de um machado.

Em 21 de março de 2005, o Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural do Ceará (Coepa) tombou uma área de 60 hectares pertencente ao núcleo do que um dia foi o sítio Caldeirão. Com isso, o governo estadual tenta corrigir um erro histórico, reconhecendo a importância do episódio em que migrantes, principalmente do Rio Grande do Norte, viveram uma utopia de igualdade e auto-suficiência. A medida, porém, não pode reparar a morte dos 700 seguidores de José Lourenço, discípulo do padre Cícero.

Para saber mais: Documentário O Caldeirão de Santa Cruz do Deserto, 1986, e Um Beato Líder – Narrativas Memoráveis do Caldeirão, publicado em 2004, pelo pesquisados Sávio Cordeiro. Também tem “De Caldeirão a Pau de Colher: A guerra dos caceteiros”, do geólogo e pesquisador baiano Ruy Bruno Bacelar de Oliveira. “Cangaceiros e Fanáticos”, de Rui Facó e “O Messianismo no Brasil e no Mundo”, de Maria Isaura Pereira de Queiroz.

Não deixe de ler a reportagem sobre os 70 anos do massacre no site Repórter Brasil. Você vai descobrir, inclusive, que no Brasil já teve campos de concentração. Há também matéria no site A nova Democracia.

Denúncia: as marcas e grifes que colaboram com a destruição da Amazônia

Foram três anos de investigação para o Greenpeace revelar quais as marcas mundiais que, mesmo involutariamente, impulsionam o desmatamento da Amazônia. São elas: Nike, Adidas/Reebok, Timberland, BMW, Carrefour, Honda, Gucci, IKEA, Kraft, Clarks, Nike, Tesco e Wal-Mart.

Segundo a Ong, o envolvimento se dá por meio da pecuária brasileira — considerado pelos ambientalistas o maior vetor de desmatamento no mundo e a principal fonte de emissões de gases do efeito-estufa do Brasil. Assim, ao rastrear o comércio da carne, do couro e de outros produtos bovinos de fazendas envolvidas com desmatamento ilegal, invasão de áreas protegidas e trabalho escravo, surgem as cinco maiores empresas da indústria pecuária brasileira, responsáveis por mais de 50% das exportações de carne do país e fornecedoras diretas ou indiretas destas marcas de peso.

Segundo o relatório, tudo tem o aval do governo que decidiu dominar o mercado global de produtos pecuários em geral e dobrar a participação brasileira no mercado internacional de carne até 2018. Assim, para impulsionar o setor, vem investindo pesado em toda a cadeia de abastecimento. Segundo a Ong,  de 2007 a 2009, as cinco maiores empresas de produtos pecuários receberam US$ 2,65 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES. Os três frigoríficos que receberam fortes investimetos foram a Bertin, uma das maiores comercializadoras de couro do mundo; a JBS, a maior comercializadora de carne, com controle de pelo menos 10% da produção global; e a Marfrig, a quarta maior comercializadora de carne do planeta, todas responsáveis por alimentar a destruição de grandes áreas da Amazônia, e as maiores fornecedores de matéria-prima e insumos para as grandes marcas citadas, expõe o documento.

O relatório “A Farra do Boi na Amazônia” indica que as marcas famosas de tênis, supermercados, automóveis e bolsas de grifes impulsionam esta indústria do desmatamento porque não checa se os produtos estão envolvidos ou não com os crimes praticados pela indústria pecuária brasileira (que ocupa 80% de todas as áreas desmatadas da Amazônia).

O relatório é divulgado no momento em que a bancada ruralista do Congresso Nacional tenta enfraquecer a legislação florestal brasileira e legalizar o aumento do desmatamento.

Fonte: Greenpeace

Toy art é ícone de ação engajada

Termina no dia 22 de maio o leilão virtual de 48 bonecas russas promovido pela agência de comunicação Babushka Brand Entertainment, de Porto Alegre. As 48 babushkas, também conhecidas como matryoshkas, foram customizadas por artistas plásticos, pessoas ligadas a arte e cultura e engajadas em causas sociais. A renda deve beneficiar a Orquestra de Flautas Villa-Lobos da Vila Mapa de Porto Alegre e o Projeto Arrastão em SP.

Participe, apóie a iniciativa e dispute um toy art. Para dar seu lance, entre no site da agência Babushka.

Abaixo, nossas babushkas preferidas. Tem a partir de R$ 20

La Madre de Los Muertos, La Mère Gigogne, Gripe Suína e Zé do Caixão

babushkas
Em tempo: por definição, Toy Art é um brinquedo feito para não brincar. Normalmente direcionado a adultos e com fins de decoração ou coleção.

Feira reúne 100 mulheres na Estação Cabo Branco

A feira denominada “Mulheres Produtoras em Movimento na Estação Cabo Branco” deve reunir, durante 40 dias, 100 mulheres produtoras que são acompanhadas ou beneficiadas por programas da Prefeitura de João Pessoa (PMJP).

A abertura do evento acontece nesta quarta-feira (13) e se estende até 21 de junho. O trabalho das produtoras estará instalado no primeiro andar da Torre da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Arte. Os visitantes podem conferir a mostra no horário das 9h às 17h, de terça a sexta-feira e aos sábados e aos domingos, das 10h às 18h.
A organização da feira criou uma comissão gestora formada por 12 mulheres que ficará responsável pelas vendas dos produtos, entre eles, artesanato, decoração, vestuário, bijuteria e brinquedos.

Fonte: PMJP

Dia do Índio: comemorar o quê, cara pálida?

Educação Escolar Indígena é feita no improviso

Em termos legais e quantitativos, a educação escolar indígena avançou nos últimos 20 anos, mas a qualidade almejada pelos povos indígenas não. A grande maioria das escolas indígenas funciona em locais improvisados: das 2.422 escolas indígenas, apenas 29,9%  têm sanitário, 31,9% têm energia elétrica, a grande maioria das escolas não tem água em condições adequadas para o consumo, nem sistema de esgoto.

Demarcação de Terra – desrespeito à Constituição

Dados reunidos pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) demonstram que dentre as ações sob responsabilidade da Fundação Nacional do Índio – Funai dentro do Programa de Proteção e Promoção dos Povos Indígenas, a que teve o pior desempenho na execução do orçamento foram ações de demarcação e regularização dos territórios indígenas. Em 2008, entidade deixou de gastar quase R$ 17 milhões que estavam orçados para ações de demarcação e regularização de territórios indígenas.

Violência é fruto da negligência

Há muito tempo que a luta por terras indígenas tem se caracterizado por sangue e sofrimento. Em 2007, pelo menos 76 índios foram assassinados no Brasil. O número superou em 60% as 47 mortes de 2006 – ano em que havia sido registrado, até então, o maior número de crimes fatais da década contra integrantes de tribos indígenas, segundo o diário Jornal do Brasil.
O Estado de Mato Grosso do Sul é recordista e teve 48 índios assassinados no ano passado. O número equivale ao total de homicídios desse tipo cometidos no país em 2006. Pernambuco vem em segundo lugar e aparece com oito mortes nos últimos 12 meses. No Estado de MS, há necessidade urgente da demarcação de 32 áreas indígenas, já que os índios estão confinados e vivendo sem a menor perspectiva. Há casos também de morte em consequência de desnutrição por falta de terras para plantio, o que não deixa de ser uma violência.

Saúde: serviço precário e sobra de recursos

A FUNAI reconhece que a mortalidade infantil entre os povos indígenas é superior à média nacional: 25,1 para cada mil, no caso dos indígenas 47,48 para cada mil (IBGE 2004). No Acre, o IBGE divulgou que o nível de mortalidade de crianças indígenas é vinte vezes maior que o indicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de três mortes para cada mil nascidos vivos. A causa mais freqüente de morte está relacionada à qualidade da atenção no pré-natal e no parto. Os dados mostram que, para cada mil nascidos vivos, 60 acabaram morrendo. Entre os indígenas, quase 50% das mortes são registradas entre menores de cinco anos de idade e as causas mais freqüentes são doenças transmissíveis, principalmente infecção respiratória, parasitose intestinal, malária e desnutrição. E o pior: em 2008 a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) deixou de gastar aproximadamente R$ 11 milhões da verba total destinada a estruturação de unidades de saúde e ações de promoção, vigilância, proteção e recuperação da saúde dos indígenas. A ação de saneamento básico em aldeias indígenas também ficou com um bom volume não utilizado: foram cerca de R$ 14,247 milhões, o equivalente a apenas 23,17% do autorizado para o ano.

Fonte: Conselho Indigenista Missionário – CIMI, Anistia Internacional

Veja também:

Documento da Anistia Internacional denominado “Estrangeiros em Nosso Próprio País: Indígenas do Brasil”

Povos indígenas no Brasil: http://pib.socioambiental.org

Global Voices: Disputa de terras indígenas e iminência de guerra civil

Hoje é o dia da Consciência Negra

Antonio Cruz/ABr

Cartaz lembra Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares morto em 20/11/1695. Foto: Antonio Cruz/ABr

Em contraposição ao 13 de maio, que expressa a celebração da generosidade de uma branca em relação aos negros (Lei Áurea da Princesa Isabel), o dia 20 de novembro enfatiza a própria luta dos negros por sua libertação por lembrar o dia em que Zumbi, do Quilombo dos Palmares, foi assassinado. 

O Quilombo era o local de refúgio dos escravos no Brasil, em sua maioria afrodescendentes (negros e mestiços), havendo minorias indígenas e brancas.

Na Paraíba, por conta do pequeno desenvolvimento da cultura canavieira e dos altos preços dos escravos, a presença negra foi mais tímida que em outros estados nordestinos. No entanto, existem comunidades quilombolas oficialmente reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares. Caiana dos Crioulos foi reconhecida em 1997, Talhado (quilombo) em 2004 e Engenho Bonfim (quilombo), Pedra d’Água (quilombo), Matão (quilombo) e Pitombeira (quilombo) obtiveram a certidão de reconhecimento em 2005. Ao todo, já foram identificadas mais de 15 comunidades remanescentes de quilombos. Porém, só o reconhecimento possibilita aos quilombos acesso a uma série de benefícios na área das políticas públicas. E, na maioria das vezes, na Paraíba, as comunidades tradicionais não possuem acesso à terra , com exceção das duas urbanas, de Paratibe e Talhado (em Santa Luzia).

O Dia da Consciência Negra costuma ser marcado por manifestações em várias cidades brasileiras. Será feriado em 225 municípios do país, incluindo o município de João Pessoa.

Fonte: www.agenciabrasil.gov.br